Depois de servir como pretexto para as ameaças feitas por Donald Trump na Assembléia Geral da ONU em setembro desde ano, foi provado que Otto Warmbier, o norte-americano preso por um ano e meio na Coréia (“do Norte”) Popular, diferente do que a grande mídia afirmava com seu discurso inflamado, não foi torturado.
Segundo o laudo médico divulgado pelo jornal New York Post, seu corpo não apresenta sinais de tortura e seus dentes – que segundo seu pai, Fred Warmbier, haviam sido destruídos; estavam naturais e em bom estado. Foi provado também que a falta de oxigenação que teria levado Otto ao coma e posteriormente à morte não ocorreu durante sua estadia na República Popular Democrática da Coréia, mas muito antes de sua visita. A versão originalmente apresentada ao mundo dizia que a falta de oxigenação foi ocorrida durante as longas sessões de tortura enfrentadas por Otto.
Cresce a lista de falsos relatos de dissidentes norte-coreanos
Com a crescente demanda por histórias mirabolantes que justifiquem para os olhos da opinião pública a massiva presença ianque na Coréia do Sul, um mercado informal de contos de desertores da parte norte da península tem ganhado espaço. Uma hora de entrevista com um norte-coreano custava, em 2014, em média 200 dólares, e quanto mais detalhes e piores os requintes de crueldade, mais bem pagos eles são. Com isso, uma lista com nome de norte-coreanos dissidentes com relatos altamente contraditórios e falsos vem crescendo.
Apesar de pouco divulgado, é recorrente que após algum tempo – e depois da mentira ter ganho as primeiras capas de tabloides ao redor do mundo, algum relato venha a ser desmentido, ora por uma breve análise do relato, ora pelo próprio narrador que vai a público confessar suas distorções e exageros. Nomes como Yeomni Park, cujo emocionante falso relato é amplamente compartilhado pela mídia mainstream, e Shin Dong-hyuk, o qual desventura inspirou a criação do best-seller mundial Fuga do Campo 14, estão presentes nessa lista.