Paulo Guedes ameaça sair do Brasil caso não seja aprovada à reforma da previdência. O ministro da economia Paulo Guedes ameaça sair do Brasil caso não seja aprovada, na Câmara e no Senado à reforma da previdência. O economista revelou insatisfação, no último dia 24/05, durante reunião da comissão de assuntos econômicos do senado. Oportunidade que não tiveram os membros da comissão de constituição e justiça da Câmara porque o ministro se ausentou da sabatina.
As ameaças de Guedes, no entanto, não param por aí. Os recursos que foram bloqueados em diversas áreas do governo, como na educação, saúde, segurança … são usados para chantagear os parlamentares. E por falar no assunto, o governo liberou mais de 1 bilhão de reais em emendas parlamentares. O anúncio foi realizado na noite desta segunda-feira (27/05), pelo líder do governo na Câmara dos deputados, o major Vítor Hugo (PSL-GO). Ele nega que a emenda seja usada interferir na votação do projeto na Câmara, porém as últimas semanas tornaram constantes o encontro entre o deputado do PSL e o presidente da Câmara Rodrigo Maia.
A proposta de reforma da Previdência que o governo Jair Bolsonaro enviou aoCongresso incluí a substituição do regime atual por um modelo decapitalização – em que os bancos gerenciam um fundo privado de previdência social . Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, a mudança é uma formade proteger as gerações futuras.A capitalização, no entanto, não é consenso entre especialistas. Citamos o exemplo fracassado de regime de capitalização aplicado no Chile.
No ano de 1981, o ditador fascista Augusto Pinochet, promoveu a privatização do sistema da previdência chileno, tornando-se o primeiro país da América Latina a adotar tal medida. Na época Fundo Monetário Internacional (FMI) chegou a afirmar que o modelo privado era a solução definitiva para o problema da Previdência nos países subdesenvolvidos.
Hoje, 36 anos depois, é um consenso na sociedade chilena que o modelo privado é um total fracasso. O fundo está quebrado, 90,9% dos aposentados recebem 149.435 pesos (cerca de R$ 694,08) de salário, enquanto o salário mínimo do Chile é de 264 mil pesos (cerca de R$ 1,226.20), calotes são constantes e estudos da Associação Gremial dos Pensionistas do Sistema Privado apontam que 70% dos chilenos ficarão sem receber até 2020.
A proposta é assinada pelo ministro da Fazenda Paulo Guedes, fundador do Instituto Millenium, uma organização que também defende o neoliberalismo. Além de fundador deste instituto, o ministro do Governo Bolsonaro é fundador e sócio majoritário do grupo financeiro BR Investimentos e um dos quatro fundadores do Banco Pactual, por interesse próprio está desesperado em aprovar a reforma da previdência sob o regime de capitalização.
Na realidade a “previdência privada” é um fundo de investimento dos bancos. O dinheiro do fundo é administrado por bancos e grandes empresas privadas, que podem investir no mercado financeiro, especular e aplicar em operações de risco. O custos da gestão é mais elevado do que muitos países da América Latina. Por estar financeirizado o fundo está suscetível aos efeitos das crises e caso o fundo quebre os bancos não tem quaisquer obrigações de indenizar os aposentados.
Por trás da “reforma da previdência” no Brasil há o interesse dos grandes bancos e seguradoras em destruir o sistema público de aposentadoria brasileiro. E, em seu lugar, instaurar um sistema privado. A experiência histórica demostrou que esse não é o caminho. Os trabalhadores brasileiros devem ocupar as ruas para assegurar seus direitos e derrotar o golpe de estado em curso. A organização popular e sindical nesse momento é fundamental para efetivar a resistência contra o golpe.
