O governo dos Estados Unidos tem utilizado o COVID-19 como aliado para promover o golpe de Estado e destruir a economia de Cuba. Apenas durante o governo de Donald Trump (2017-2021), foram aplicadas 243 sanções criminosas contra Cuba; 55 delas em 2020.
As sanções já foram condenadas mais de 29 vezes pela Organização das Nações Unidas (ONU), inclusive, na última votação fazem poucos dias, contou com o vergonhoso voto de abstenção da diplomacia golpista brasileira, acompanhada por apenas outros dois países (Ucrânia e Colômbia) e dois votos contrários (EUA e Israel). Na ocasião, o chanceler cubano Bruno Rodríguez denunciou que os prejuízos causados pelo bloqueio ultrapassam os 147 bilhões de dólares. Em termos de saúde, os efeitos chegaram a quase 200 milhões de dólares entre abril e dezembro de 2020; Este número é 38 milhões a mais do que o informado entre abril de 2019 e março de 2020.
A situação da saúde pública em Cuba, em meio à crise do coronavírus, foi agravada pelo bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos durante décadas, que se intensificou nos últimos anos, o que causou cortes no fornecimento de energia elétrica e o tornou difícil acesso a medicamentos e insumos para a produção de vacinas.
Independente de serem Democratas ou Republicanos que estão ocupando o poder na Casa Branca, a politica externa dos EUA para América Latina sempre será colonial. Porém, na época da eleição, grande parcela da esquerda Brasileira ignorou esse fato e saiu do seu ostracismo para apoia-lo na colônia, inclusive chegando ao ponto ridículo de caracterizar a contestável eleitoral de Biden como “vitória da civilização”.
O atual governo estadunidense não reverteu nenhuma medida de bloqueio contra Cuba, ao contrário, intensificaram o bloqueio e impedem que subsídios e vacinas contra o COVID chegassem na ilha caribenha.
O governo Biden está empenhado em novos esforços para provocar um golpe de Estado, criando um movimento artificial e financiado pelo imperialismo denominado “Movimento San Isidro”. Nada diferente do que vimos recentemente no Brasil, quando durante o governo Obama-Biden, criaram o MBL e outros movimentos mercenários para disfarçar um “apoio popular” que não existiu ao golpe de Estado de 2016. Em todas as partes do mundo onde esses movimentos artificiais são criados, utilizam-se as mesmas táticas típicas da “revolução colorida” que também pode ser atribuído às manifestações de domingo, 11 de julho em Cuba, altamente promovidas por políticos norte-americanos na Flórida e por operadores anticubanos em diferentes partes do mundo.
Segundo relatos de fontes antiCubanas, os protestos começaram nas cidades de San Antonio de los Baños e Palma Soriano, e rapidamente se sincronizaram em outras cidades cubanas, tendo Havana como protagonista nos principais meios de comunicação ocidentais. Sincronia que nada tem a ver com uma mobilização espontânea como visto na Colômbia ou Chile, governos aliados dos Estados Unidos.
Apesar de todos os recursos e apoio da mídia internacional, os distúrbios ocorridos em Cuba no último domingo estão longe de se caracterizarem como manifestações massivas contra o governo do presidente cubano Miguel Díaz-Canel, foram ampliados e manipulados nas redes sociais para que se passassem por milhares de cubanos.
No The New York Times, seus correspondentes falavam de “centenas” em Havana. Na verdade, ONGs pró-EUA usaram imagens de protestos no Egito e em outras partes do mundo para vender esta versão, que foi negada até mesmo pelo presidente mexicano Andrés López Obrador.
Entre os mesmos manifestantes, foram hasteadas bandeiras dos Estados Unidos e divulgadas por exércitos de bots, tentando criar uma percepção imaginária de apoio a agenda imperialista.
Diante desses acontecimentos, o presidente cubano convocou “os revolucionários às ruas” para enfrentar as novas tentativas de golpe. Centenas e milhares de cubanos também se manifestaram para em diferentes cidades, incluindo Havana, em defesa da revolução. O presidente Díaz-Canel foi pessoalmente a San Antonio de los Baños para se manifestar.
O pano de fundo de todas essas ações de golpe corresponde a uma atualização dos mecanismos, métodos e modos de intervenção dos EUA contra os países da América Latina e Caribe. Reabilitando a agenda golpista iniciada no governo Obama-Biden, que estava congelada durante o governo Trump. Até mesmo o golpe na Bolívia foi financiado pela ala democrática do partido do Biden e a economia verde.
O Magnicídio do Presidente Haitiano, assassinado por mercenários colombianos e norte-americanos encaixa nesse contexto, onde o governo Biden tenta dominar as colônias enquanto os EUA estão mergulhados em uma crise interna.
Assim como no Haiti está sendo levantada a bandeira de “intervenção estrangeira”, os mercenários do Movimento San Isidro aproveitaram a situação atual para pedir à “comunidade internacional” que invada Cuba usando o pretexto da pandemia.
Claro, não seria a primeira vez que tanto dinheiro dos EUA foi para os bolsos de agentes não-estatais que buscaram efetuar uma “mudança de regime” na ilha. O jornal Granma do Partido Comunista de Cuba publicou uma reportagem afirmando que cerca de 250 milhões de dólares dedicaram as administrações dos Estados Unidos nas últimas duas décadas à grupos mercenários para desestabilizar a Revolução.
O cinismo da diplomacia norte-americana não tem limites, enquanto caracterizam os distúrbios de movimentos pela “democracia” e de “intervenção militar para levar ajuda humanitária, mantém um bloqueio que asfixia a ilha à mais de 60 anos. EUA são os grandes responsáveis pela crise sanitária em Cuba e aqui no Brasil, que já gerou mais de 500 mil mortes de compatriotas. Enquanto, os povos da América Latina não se levantarem contra o domínio do imperialismo norte-americano na região continuará o assédio e o jogo cínico dos EUA, que levam desgraças aos nossos povos em nome de uma democracia que nunca existiu.
