Justiça da Bolívia pede extradição de ex-ministro da defesa, Luis Fernando López, acusado de tentativa de assassinato contra o atual presidente da Bolívia, Luis Arce. Governo brasileiro e militares não se pronunciam, porque tem envolvimento na contratação de milicianos para assassinar opositores na América Latina.
O Governo boliviano informou, ontem, quarta-feira, dia 20 de outubro, que pedirá ao Brasil a extradição do ex-ministro da Defesa do governo golpista de Jeanine Áñez, Luis Fernando López, por estar envolvido na tentativa de assassinato contra o presidente Luis Arce, em 2020, após a divulgação de evidências de áudio no portal norte-americano The Intercept.
Conforme noticiou o jornal boliviano La Razón, López fez “contatos constantes com esses grupos paramilitares por meio de empresas de mercenários que atuaram na Guerra do Iraque, Afeganistão e outros”, para a tentativa de assassinato. O mesmo grupo mercenário ligado no assassinato do presidente do Haiti, Jovenel Moise, em junho de 2021, foi contratado pelo terrorista Luis Fernando López para assassinar o Presidente Luis Arce.
Por sua vez, o vice-ministro de Segurança Cidadã da Bolívia, Roberto Ríos, garantiu que os áudios revelam que o ex-ministro foragido é o mentor intelectual da tentativa de assassinato do presidente Arce, garantindo que o as investigações oferecerão mais informações para determinar quem foram os outros envolvidos nos preparativos para o assassinato do chefe de Estado.
Segundo Ríos, o assassinato foi frustrado pelas autoridades do país, enquanto o presidente boliviano havia recebido alertas e se ausentado de participar dos eventos realizados ao ar livre.
O terrorista Luis Fernando Lópes recebeu honras militares do governo Bolsonaro no dia 01 de fevereiro, durante um encontro bilateral com o então ministro da Defesa do Brasil, general Fernando Azevedo (ex-interventor militar no STF na época da prisão do Lula) em Manaus. Na época, a conduta criminosa do ex-ministro golpista foi flagrada enquanto ameaçava publicamente um cidadão boliviano de desaparecimento: “Reaja e você desaparece em 10 segundos”, disse o ex-ministro, instalado no poder após um golpe de Estado contra o ex-presidente Evo Morales.
A ditadura militar no Brasil apoio o golpe de Estado na Bolívia, desde seu início. O mesmo grupo mercenário contratado para assassinar o presidente da Bolívia, Luis Arce, e que assassinou o presidente do Haiti, foi contratado pelo general Braga Netto, atual ministro da Defesa, durante a Intervenção Militar no Rio de Janeiro. É questão de tempo para ser revelado o que todos já sabem: os militares brasileiros instalados no governo desde o golpe de 2016 vem contratando milicianos por toda América Latina para assassinar figuras políticas com o dinheiro do narcotráfico. Assassinaram Marielle, o presidente do Haiti e tentaram matar Arce. Até o momento, o governo Brasileiro não e manifestou sobre o fato de estar dando abrigo ao terrorista boliviano.
O Brasil foi o primeiro país a reconhecer o governo instalado com o golpe de Estado na Bolívia. O ministro das Relações Exteriores do governo Bolsonaro, Ernesto Araújo, anunciou logo após a tomada de poder que a senadora autoproclamada, Jeanine Añez, era reconhecida como presidente. Añez se autoproclamou em sessão no Senado sem quórum suficiente. Essa mesma sessão foi anulada e reconhecida como ilegítima pelo Tribunal Supremo na Bolívia.
Em entrevista que concedeu à France 24, em Nova York, como parte de sua participação na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente boliviano Luis Arce acusou a União Europeia, EUA, a Igreja Católica, o governo do Brasil na colaboração com o golpe em 2019. Acre também confirmou que o Brasil articulou os governos dos então presidentes da Argentina e do Equador, Mauricio Macri e Lenin Moreno, para ajudar o governo de Jeanine Áñez com armas e outros equipamentos. Macri está sendo acusado por contrabandear armas para sustentar o golpe na Bolívia.
